martes, 24 de agosto de 2010

Gaviotas

Pequeñas, graciosas, fuertes… vienen… están llegando… me alcanzan… me toman… me elevan… Cabellos al viento… me sueltan… sin gravedad me suspendo… ellos allá, estáticos… me miran… no entienden… sonrío… están perplejos… me atrevo… reprueban… siento mis poros… son toscos… resplandezco… son ciegos… estallan mis rosas con sonido sin fin… son sordos… grito mis ansias… se esconden… me siento plena… se encorsetan… ellas vuelven por mí, por el descenso… me niego… me sueltan… me precipito… manoteo… me acomodo… Debo caer con estilo.

Imagen: Celia Altschuler - [Artista Plástica Portorriquenha]

domingo, 15 de agosto de 2010

Curiosidade sem limites...

Ela sempre foi curiosa... Menina, as mulheres não são assim, não. Tem que aceitar os conselhos, ficar tranquila, caladinha... Adorava ficar ouvindo as conversas, às vezes não entendia, não. Era quando ia apressada a consultar o dicionário ou os livros de seu pai... Os livros de seu pai... a mãe tinha dito que eram de homens... Você parece homem!... Mas, eles tinham história dos povos, da vidas... dessa que falavam os homens e a ela lhe interessavam...
Os amiguinhos homens não falavam disso, não... e eram homens... Por quê?... Ninguém respondia essa pergunta... As amigas ficavam tranquilas, caladas, ela se desgostava... Queria falar como os homens, mas não como os amigos que falavam de jogos, de brincadeiras, não. Queria saber o que tinha sucedido na Praça de Maio...Tinha escutado de mortos, de aviões, de bombardeios, não nesse momento, não... Mas, quando foi? Por quê? Ninguém falava disso quando ela estava... Os meninos vêm por você para brincarem, não fique na casa, não, vá com eles... Outra vez as conversas... Assim ingressou na escola de ensino médio... tranquila, caladinha, Mulherzinha?... às vezes uma discussão, mas pequeninha... Uma mulher não discute...
Na escola conheceu à primeira pessoa com quem compartiu idéias: isso não é, as mulheres podemos falar, podemos saber de todos os temas. A amiga propôs um encontro com meninos que “tinham clareza” e podiam lhe informar, os da escola “de homens” na escola delas muitas achavam que era assim... Começou a conhecer o mundo... Menina, que são esses amigos que você tem? Não gosto deles... Aprendeu a ocultar informação, ainda não mentia... Menina, o que há no lixo?... Aprendeu a mentir, foi meu amigo o mais velho... Eu disse que eles não são para você... Seu curso terminou, por que você vai sair?... Sua vida virou “secreta”. Ela esqueceu as perguntas e respostas da família... Tornou-se “curiosa ativa” e começou a procurar as próprias respostas... Escolheu amigos novos, acedeu a leituras não imaginadas... Você tornou esquisita, não agüenta nada, não fala nada...
Procurava com os amigos, falava com os amigos, pesquisava com os amigos... Com as pessoas que eram significativas em seu novo caminho... Deus salve a minha menina... Ela não tinha preocupação pelo tema, já o tinha falado com os amigos...

Os amigos... Esses que pertinho ou longe, a voltaram cada vez mais curiosa e a estimularam para que sua imaginação voe sem limites...
Os que estão presente em toda sua vida...
HM